Italo Calvino, num dos 14 pontos da sua célebre reflexão "Porquê ler os clássicos?", diz que "Os clássicos são livros que nos chegam trazendo em si a marca das leituras que antecederam a nossa e atrás de si a marca que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou
nos costumes)", ou seja, os clássicos são livros que atravessam o tempo, a memória individual e colectiva, o próprio inconsciente social. São livros, os clássicos, que por estas características e antes de mais pela sua qualidade estética, foram elevados ao estatuto de património cultural da humanidade, sobretudo porque, como Italo Calvino também lembra, são livros que nunca acabam de dizer o que têm a dizer, isto é, são perenes, desafiadores para o leitor de qualquer época.